Dica n.º 135 - Sexta, 27.01.2006
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Erros e defeitos em textos

Para comunicar de forma perfeita e com bom estilo, um texto deve estar livre de incorreções e defeitos. Saiba que isso é possível, embora exija muita leitura e prática da escrita. Como, porém, distinguir erros de defeitos? Vamos lá:

  • Erros – São os chamados “barbarismos em sentido lato ou amplo”, ou seja, infrações à norma ortográfica (as cacografias) e gramatical. Estas são atentados contra a construção de palavras, contra a Sintaxe (ou “solecismos”) e contra a Semântica (as inadequações vocabulares).

    Assim, erra quem escreve pondo acento gráfico onde não há, como em “côco”, e não pondo onde deveria, como em “chama-lo”. Quem escreve (e diz) “bicabornato” em vez de bicarbonato), pois essa palavra é formada de “bi + carbonato”. Quem escreve “Consta do relatório três denúncias” (em vez de “constam”); "Desviei-me e depois removi a pedra", em lugar da construção correta "Desviei-me da pedra e depois a removi" (leia mais clicando aqui); “Se diz que haverá aumento”, em vez de “Diz-se que haverá aumento”. Quem escreve “mandato de segurança” em lugar de “mandado de segurança”.

    Esses desvios são erros mesmo e devem a todo custo ser evitados, não só por prejudicarem a expressão verbal como por afetarem a imagem de quem os produz. Além disso, em certas situações, como em provas de exames vestibulares e concursos, costumam ser fatais.

    Como não incorrer nesses erros? Já dissemos antes: muita leitura de bons autores, prática constante da escrita sob supervisão de professor e estudo nas gramáticas. Agora, você também conta com a internet, a exemplo deste saite mesmo.

  • Defeitos – Não chegam a constituir infrações à norma ortográfica e gramatical, mas enfeiam o texto e prejudicam-lhe a qualidade. São as cacofonias, a repetição próxima de palavras – que passa idéia de pobreza de recursos vocabulares ou desleixo na produção escrita (por isso, a importância dos exercícios com sinônimos e do uso do dicionário) –, o excesso de “que”, dos pronomes possessivos e dos artigos, especialmente indefinidos.

    Texto defeituoso não costuma ter conseqüências trágicas nos exames referidos, mas produz má impressão em quem conhece as regras da escrita culta. Se você tem de redigir algo e está concorrendo com outras pessoas – vaga em emprego, por exemplo –, saiba que quem escreve corretamente sem ou com poucos defeitos tem mais chance de conseguir o que deseja do que quem escreve com correção, mas com muitos defeitos. Fique de olho!

Leia mais em:
Conjugação dos verbos em português; prático e eficiente, de Maria Aparecida Ryan.
Dicionário de erros correntes da língua portuguesa, de João Bosco Medeiros e Adilson Gobbes.
Dicionário de questões vernáculas, de Napoleão Mendes de Almeida.
Gramática metódica da língua portuguesa, do mesmo autor.
1001 dúvidas de português, de José De Nicola e Ernani Terra.
Não erre mais!, de Luiz Antonio Sacconi.
Nova gramática do português contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra.
Novo guia ortográfico, de Celso Pedro Luft.
Saite do prof. Paulo Hernandes, dica n.º 1.
Saite do prof. Paulo Hernandes, dica n.º 13.
Saite do prof. Paulo Hernandes, dica n.º 98.
Tirando dúvidas de Português, de Odilon Soares Leme.
Todo o mundo tem dúvida, inclusive você.; português, de Édison de Oliveira.

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