Dica n.º 01 - Sexta, 28.07.2000
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EstilísticaPronomes (pessoais, possessivos), artigos (definidos e indefinidos) e “que” – Use só o estritamente necessário. Assim, sua escrita ficará mais enxuta e elegante. Como fazer isso? Observe as substituições abaixo:·

Eu gosto de massas. ® Gosto de massas.
Tu sabes o que aconteceu? ® Sabes o que aconteceu?
O garoto chegou acompanhado de sua mãe, que o trouxe bem arrumadinho. ® O garoto chegou acompanhado da mãe, que o trouxe bem arrumadinho.
Tenho pelo menos uma idéia na minha cabeça. ® Tenho pelo menos uma idéia na cabeça. (“Uma” aí não é artigo indefinido, mas numeral.)
Quero ouvir uma opinião sua. ® Quero ouvir sua opinião.
Preparei um relatório circunstanciado sobre o assunto. ® Preparei relatório circunstanciado sobre o assunto.
Isto é para a sua apreciação. ® Isto é para sua apreciação.
O meu nariz ardeu ontem. ® Meu nariz ardeu ontem.
Ele disse que estava pronto para vir. ® Ele disse estar pronto para vir. (Substitui-se a conjunção integrante “que” e o verbo na forma modal pelo verbo na forma infinitiva.)
O secretário-adjunto, que foi nomeado secretário titular, ainda não foi empossado no novo cargo. ® O secretário-adjunto, nomeado secretário titular, ainda não foi empossado no novo cargo. 

Não há erro gramatical nas frases acima, mas elas ficam mais bem apresentadas depois de efetuadas as substituições. A frase “Tenho pelo menos uma idéia na minha cabeça” é pleonástica, isto é, redundante, pois alguém só pode ter idéias na própria cabeça, não é?
Lembre-se de que as construções pleonásticas viciosas constituem defeito de estilo. No geral, essas recomendações não necessitam ser seguidas rigidamente, já que há situações nas quais quem escreve “sente” que com a colocação do artigo indefinido, por exemplo, o texto fica melhor. Há outras situações em que a interposição do artigo definido evita cacofonia (sonoridade desagradável), como neste exemplo: “Enriqueça seu texto”, onde surge o encontro cacofônico “sasseu”. Isto pode ser evitado desta forma: “Enriqueça o seu texto”.


Leia também em:
Moderna gramática da língua portuguesa, de Evanildo Bechara (cap. I - Fonética Expressiva e cap. VI – Noções elementares de
estilística).

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