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Verbo – Palavra de forma variável que exprime processo, quer
seja ação (ler), estado (ser, estar), mudança de
estado (tornar-se, virar), fenômeno natural (trovejar).
· Abundante
- Verbo que possui alguma forma dupla. Assim, "construir" apresenta,
no presente do indicativo, ao lado das flexões constróis,
constrói e constroem, as construis, construi
e construem. Os verbos "dizer" e "fazer" flexionam-se
de duas maneiras na segunda pessoa do singular do imperativo
afirmativo: diz/dize e faz/faze. A maior parte,
porém, dos verbos abundantes é constituída pelos que possuem
duas formas no particípio: uma regular, mais longa, e outra
irregular, curta. O verbo "prender", por exemplo, tem os particípios
prendido e preso e "tingir", tingido e
tinto. (Leia a respeito dos particípios duplos na Dica
nº 29.)
· Auxiliar
- Verbo que se junta a outro, denominado "principal", para constituir
forma verbal composta. São auxiliares de uso mais freqüente os
verbos ter, haver, ser e estar, mas
há outros que podem funcionar como auxiliares, como vir,
ir, andar, ficar, etc. Exemplos: "Tenho
viajado muito ultimamente", "Hei de vencer", "Muito trabalho
ainda será feito", "Estava dormindo na beira do
mar" e "Venho tomando essa vitamina há dois meses". topo
· Defectivo
- Verbo de conjugação incompleta, à qual, no âmbito da norma
gramatical culta, faltam modos, tempos ou pessoas. Assim, por
exemplo, os verbos “adequar/adequar-se”, “adir”
e “falir” só são conjugados, no indicativo,
na primeira e segunda pessoa do plural e faltam-lhes todas as
flexões do presente do subjuntivo e do imperativo negativo.
No imperativo afirmativo, só são conjugados na
segunda pessoa do plural. Quando a maioria dos usuários
da língua resolver mudar essa situação,
tais conjugações certamente serão alteradas.
· Na
forma modal – Forma verbal flexionada em um dos modos: indicativo,
subjuntivo
ou imperativo.
· Na
forma nominal - É o verbo no gerúndio,
infinitivo
ou particípio.
Diz-se forma nominal porque nela o verbo exerce função de nome:
substantivo ou adjetivo. No gerúndio, o verbo pode funcionar como
adjetivo: "Estou com os olhos lacrimejando"; o infinitivo
pode exercer papel de substantivo e, como tal, assumir alguma
de suas funções sintáticas, por exemplo, a de objeto direto, como
em "Escutamos o rufar dos tambores"; o particípio funciona
como adjetivo em "Antônio está ocupado".
· Impessoal
– É verbo que não tem sujeito e, portanto, não se refere a nenhuma
das pessoas gramaticais. Geralmente, permanece invariável na terceira
pessoa do singular, mas há casos em que pode ser flexionado na
terceira pessoa do plural. São verbos impessoais:
· Os
que expressam fenômenos da Natureza: “Anoiteceu.”, “Ventou
muito hoje.”, “Vai chover amanhã.”, “Está nevando
agora em São Joaquim.”.
· Haver
(no sentido de existir e de tempo passado) e fazer quando
indica tempo decorrido: “Haverá muitas pessoas amanhã na
porta da escola.”, “Há anos que não vou lá.”,
“Havia muito tempo que eu não passava pela
ponte velha.”, “Faz nove anos que me aposentei.”,
“Fazia meses que não íamos ao clube”. Observe que
os verbos haver e fazer, empregados com sentido
de tempo passado, estão em correlação com o verbo da oração subordinada.
·
Os que, seguidos de preposição, exprimem ordem ou sensações:
“Chega de conversa fiada!”, “Basta de críticas!”,
“Dói-me do joelho para baixo”.
· Ser
com referência a tempo cronológico: “É Natal”, “Era
uma hora quando ouvi o estrondo”, “Eram onze
horas e você ainda não havia chegado”, “Já é tarde”.
Repare que, neste caso, o verbo “ser” concorda com o predicativo.
· Estar
quando se refere a temperatura: “Está frio
em Gramado”, “Estava quente ontem”, "Está
muito abafado aqui dentro". topo
· Intransitivo
– É o verbo que não necessita de complemento para
ter sentido completo. Chama-se também verbo de “predicação
completa”. São exemplos andar, correr, fugir,
morrer, viver, voar, etc. em determinados contextos, como
em “Laurinha já anda”, “Não
corra”, “O larápio fugiu”,
“Só um não morreu”,
“Quero viver” e “Olhe como
aquele pássaro voa”.
Dissemos “em determinados contextos” porque verbos
que são intransitivos em certos contextos não
o são em outros. Dessa forma, verbos intransitivos podem,
eventualmente, ser empregados transitivamente, isto é,
serem acompanhados de complementos: podemos dizer “Viva
a sua vida” e “Andei três
quilômetros”. Além disso, há também
a variação de sentido. Por exemplo, em “Ari
anda preocupado”, andar tem
complemento (preocupado), mas o sentido desse verbo
aí é diferente de “Laurinha já anda”.
O mesmo se passa com o verbo correr em “Não
quero correr riscos” e “Não
corra”.
Verbos transitivos, ou seja, os que requerem complemento podem,
também eventualmente, ser empregados como intransitivos:
“Guilherme voltou a estudar”. Isto
porque o verbo estudar normalmente exige complemento,
pois quem estuda, estuda alguma área do conhecimento,
como Português, Informática, História, etc.
· De
ligação - É o que une o sujeito ao predicativo. São verbos
de ligação: ser, estar, andar (não no sentido de "caminhar"),
ficar, permanecer, parecer, etc. Exemplos: "Marina é
muito inteligente", "Estamos preocupados com
você", "Vera anda atarefada nos últimos
dias", "Luzia ficou em casa", "A situação
permanece a mesma" e "Carlos parece tranqüilo".
Observe que a retirada do verbo de ligação não
prejudica totalmente a compreensão do significado da frase.
topo
· Pronominal
- Verbo que se conjuga acompanhado de pronome oblíquo.
Esse tipo de verbo compreende dois grupos:
- Essenciais
- Neste caso, o pronome oblíquo faz parte do verbo e não
exerce qualquer função sintática. O verbo
deve ser obrigatoriamente utilizado com tal pronome, que produz
reflexividade "atenuada". Exemplos: arrepender-se,
orgulhar-se, queixar-se, etc. Nas flexões,
o pronome tem de corresponder à pessoa do sujeito: eu
me arrependo, nós nos orgulhamos,
eles queixam-se. Conseqüentemente, são
incorretas construções do tipo "Nós
se preocupamos".
- Acidentais
- Verbos transitivos diretos que podem ser conjugados com pronome
oblíquo para indicar reflexividade efetiva. É o
caso de "Não se deixe abater", "Já
me vesti" e "Casamo-nos há 38 anos".
Essa reflexividade pode dar lugar a reciprocidade, como em "José
e Francisco acusaram-se mutuamente", "O policial
e o ladrão atracaram-se na via pública"
e "Gustavo e Simone vivem se beijando". Alguns
verbos intransitivos também podem ser conjugados acompanhados
de pronome oblíquo, caso em que a reflexividade é
apenas aparente e o sentido permanece o mesmo: "Eles riam-se
muito = Eles riam muito", "Foi-se embora = Foi
embora" e "Luciana corou-se de vergonha = Luciana
corou de vergonha". topo
· Reflexivo
- Ver verbo pronominal.
· Transitivo
- Verbo que não é de
ligação e requer complemento (ou “objeto”)
para ter o sentido completo. Conforme a natureza dessa ligação,
o verbo classifica-se em:
· transitivo
direto – Aquele que se une ao complemento sem o auxílio
de preposição, como pedir (Pediu
água), rasgar (Rasgou a ata
na frente de todos) e encher (Enchi
o pneu);
· transitivo
indireto – O que se une ao complemento com o auxílio
de preposição, a exemplo de dirigir (Dirigi-me
à casa do contador), aludir (Aludiu
ao incidente com meu irmão) e concordar
(Concordei com ele em suas colocações);
·
transitivo direto e indireto – Verbo que exige
dois complementos: um direto e outro indireto, como dar
[Dou-lhe permissão = dou a
ele (objeto indireto) permissão (objeto direto)],
devolver [Devolvi o relatório
(objeto direto) ao coordenador (objeto indireto)] e mostrar
[Mostrarei o caminho (objeto direto)
ao visitante (objeto indireto)].
É conveniente notar que há verbos, como obedecer,
que em alguns contextos funcionam como transitivos diretos (Leonardo
obedeceu o pai – O pai foi obedecido
por Leonardo) e em outros, como transitivos indiretos (Leonardo
obedeceu ao pai) sem alteração
do sentido. Outros há ainda que ao mudar de regência
podem ter o sentido modificado, como aspirar, assistir, visar.
Para saber mais, clique aqui.
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