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Neologismo - Inovação lingüística
que se pode apresentar sob a forma lexical (vocabular) ou sintática
(frasal). O neologismo lexical pode constituir-se de:
a) significante (forma fônica) novo associado a conceito
novo, como radar;
b) significante novo e conceito já existente, a exemplo
de inverdade;
c) significante já existente e
conceito novo: zebra (resultado
improvável em partida de futebol;
depois, o significado incluiu “qualquer
acontecimento inesperado”).
Os neologismos muitas vezes constroem-se com auxílio
dos mecanismos usuais de produção lexical, como
a composição (justaposição, aglutinação,
prefixação) e a derivação, geralmente
por sufixação, como petismo
(de PT) e pefelista (de PFL).
Os estrangeirismos, como o inglês chip
(circuito integrado), também são considerados
formas neológicas e aí se incluem os decalques,
ou seja, significados tomados a outros idiomas por determinada
língua, a qual os associa a formas fônicas vernáculas.
Assim, em português, são neologismos por decalque
os empregos de oficial com sentido de “autoridade”
(do inglês official), como em “Oficiais
indianos informaram que a situação está
sob controle”, em que não se faz referência
a militares; celebrar no sentido de “comemorar”,
como em “Celebramos em 2004 os 150 anos
da fundação de Barretos”, ou com o sentido
de “homenagear”, como em “Celebrar
a paz” (do inglês celebrate), pois originalmente
essa palavra tinha o sentido de “realizar com solenidade”
ou “oficiar”; ainda com o sentido de “homenagear”,
notamos outro decalque: tributo (do inglês tribute),
como em “Tributo a Jimmy Hendrix”,
já que essa palavra tem tradicionalmente no português
o sentido de “imposto”; seguir com o sentido
de “continuar” (do espanhol seguir), como
em “A situação segue preocupante”,
uma vez que em português o sentido tradicional é
o de “ir atrás”.
Os neologismos sintáticos compreendem as construções
frasais novas criadas na própria língua ou importadas,
como dar a volta por cima, já era e
ir para o espaço (acabar, desaparecer).
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