Declinação - Fato gramatical existente nas línguas sintéticas, ou seja, nas que expressam as funções sintáticas mediante desinências, como era o latim, o grego antigo e ainda é o alemão, o russo e outras. Há dois sentidos para o termo:
Declinação-1: Junção ao tema das desinências de determinado paradigma correspondentes aos casos, isto é, formas vocabulares que indicam diferentes funções sintáticas. Assim, na primeira declinação do latim erudito ou clássico, a flexão casual ou declinação de rosa, rosæ no singular fazia-se mediante o acréscimo ao tema “ros-“ das desinências “-a“ (nominativo, caso do sujeito), “-æ” (genitivo, caso do adjunto adnominal de restrição ou posse), “-æ” (dativo, caso do objeto indireto), “-am” (acusativo, caso do objeto direto), “-a” (vocativo, caso do chamamento) e “-a” (ablativo, caso do adjunto adverbial). Em conseqüência, a declinação de rosa, æ no singular fica: rosa, rosæ, rosæ, rosam, rosa, rosa. Há também as desinências do plural. Cada forma dessas exerce uma das mencionadas funções sintáticas na oração. Para poder-se declinar um nome (substantivo ou adjetivo), é necessário ser ele enunciado no nominativo e genitivo, pois a desinência deste caso indica a qual declinação pertence.
Declinação-2: Conjunto das palavras que seguem o mesmo paradigma de flexão casual. O latim erudito ou clássico possuía cinco declinações, caracterizadas pela desinência própria do genitivo. Assim, na primeira declinação, os nomes tinham o genitivo singular em “-æ”; a segunda, em “-i”; a terceira, em “-is”; a quarta, em “-us” e a quinta, em “-ei”. Exemplos: “nauta, nautæ”, “lupus, lupi”, “arbor, arboris”, “manus, manus” e “res, rei”. No latim popular ou vulgar, as declinações reduziram-se e a maior parte das palavras que chegaram ao português originaram-se do caso acusativo ou do objeto direto. Mesmo quando o latim ainda era língua viva, tudo indica que elas já eram pronunciadas sem a desinência que caracterizava esse caso, ou seja, o “-m” final.

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