Brasileirismo
- Criação fonética, morfológica, sintática ou semântica tipicamente brasileira. São exemplos de brasileirismo:
Fonéticos - Despalatalização do /l/ (mulher > mulé); abertura das vogais pretônicas (feliz > féliz); apócope nos infinitivos verbais: andá, em vez de "andar", cumê, em vez de "comer" e , em vez de "pôr".
Morfológicos - Criações lexicais próprias do Brasil: arara, banguela, caatinga, capivara, caxumba, mocambo, paquera, pereba, tocaia. Inserções repetitivas nas frases de palavras interrogativas de caráter fático, como "sabe?": "Então ela veio aqui - sabe? - e contou-me toda a verdade".
Sintáticos - Uso do pronome mim como sujeito de verbo: "Esta laranja é para mim chupar". Preferência pela próclise, no lugar da ênclise: "Me passe o arroz". Tal uso não é propriamente típico do Brasil, pois pode ser observado em textos arcaicos portugueses. Considera-se brasileirismo sua persistência entre nós, diferentemente do que ocorre em Portugal.
Semânticos - Associação de novos significados a significantes originalmente lusitanos: babado (Bras.: detalhe de roupa - Port.: apaixonado), elétrico (Bras.: relativo à eletricidade - Port.: além desse significado, o de "bonde"), fumo (Bras.: vegetal, hábito de fumar - Port.: fumaça), lambada (Bras.: golpe com objeto flexível, ritmo musical - Port.: paulada); tipóia (Bras.: tira que sustenta o braço doente - Port.: carruagem velha).

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