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Alofone - Cada realização de um fonema.
Como o fone é a concretização do fonema
(este é entidade abstrata), podemos dizer que os alofones
são variações fônicas. Notemos que
essas variantes são na verdade diferentes impressões
que o cérebro recebe através do nervo auditivo,
já que não estamos aqui tratando propriamente
do som, fenômeno acústico. Assim, o fonema /t/,
por exemplo, pode ser realizado, no português brasileiro,
como [t] – realização oclusiva linguodental
–, observável em certas regiões paulistas
sob influência italiana e no Nordeste oriental, especialmente
do RN a SE. Pode esse fonema também se realizar como
[tš] – realização fricativa palatal
–, comum em vastas regiões brasileiras, como RJ,
SP, RS, etc.
Segundo Celso Luft, os alofones podem classificar-se em:
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livres – Dependem dos hábitos
articulatórios de cada falante. Assim, “em
princípio, muitos alofones são possíveis
para qualquer fonema” (D. Crystal); |
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posicionais – Ocorrem em decorrência
da posição que ocupam na cadeia fonológica
e da proximidade dos fonemas vizinhos. O exemplo acima,
das realizações de /t/, é ilustrativo:
esse fonema é concretizado no Brasil como [tš]
antes de /e/ (por sua vez, realizado como [i]), de /i/ e
de /y/, como em tomate, tipo e tio.
Nas demais posições, é linguodental.
O mesmo vale para /d/, nas citadas posições,
onde é realizado como [d] antes de /e/ (realizado
como [i]), de /i/ e de /y/, como em vontade, divino
e diálogo. Nas demais posições,
realiza-se como [d]. Isso, conforme já dissemos,
varia de acordo com as regiões brasileiras; |
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estilísticos – São
produzidos com intenção expressiva, como o
alongamento de [e] em eeeeeu???!!! e a vibração
alongada de
em burrrrro!!! |
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