Preço caro?
Vemos com freqüência essa expressão inadequada
ser empregada por pessoas desatentas, inclusive por locutores
e apresentadores de televisão. E por que é indevida?
Vejamos: segundo o Aurélio, um dos sentidos de “caro”
é: que custa preço alto ou elevado.
Portanto, “caro” já significa preço
alto, ou seja, seu significado já contém
a idéia de preço. Se, na expressão
“preço caro”, substituirmos
“caro” por seu equivalente (“preço
alto”), teremos a redundância “preço
preço alto”. Não faz sentido, não
é? O mesmo vale para “barato”.
Em conseqüência, utilizemos frases, expressões
e palavras coerentes, que tenham sentido. No caso, “preço
alto, elevado”, “preço
baixo, reduzido” ou
simplesmente digamos que tal ou qual produto, serviço
ou atitude são ou estão caros
ou baratos: “O ingresso tem preço
alto”, “Esse casaco está
barato”, “Ela vai pagar caro
(preço alto) pelo erro”, “As verduras na
banca do Cícero não são baratas”,
etc.
Repare ainda o seguinte:
- “Caro” ou “barato” são
adjetivos quando se vinculam a substantivos, com os quais
concordam em gênero e número: “Este livro
é caro”, “A alface
está barata, “Nossos produtos
são baratos”, “As casas
da imobiliária Xis são caras”.
- Quando modificam verbos, “caro” e “barato”
são adjetivos em função adverbial e
não se flexionam, ou seja, ficam invariáveis,
na forma masculina. Nesta hipótese, equivalem a “caramente”
e “baratamente”: “Gisele vai pagar
caro (caramente, de modo caro) pela atitude
desleal”, “Muitas vezes, o barato sai
caro (de modo caro)”, “Não
vou deixar barato (baratamente,
de modo barato) essa injustiça” e “Vendemos
barato (baratamente, de modo barato) o
carro”.
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