Omissão do particípio
em construções passivas
É freqüente vermos construções
passivas analíticas em que o particípio
é subentendido e o verbo ser acaba concentrando
o sentido do conjunto. Tal fenômeno ocorre em casos
como “O segundo turno paulistano será
entre a atual prefeita e o candidato tucano”, “A
reunião foi na sede do clube”
e “O baile de formatura vai ser na
AABB”. Devemos notar a falta do particípio nessas
estruturas, simplificadas pela lei do menor esforço.
As orações completas são: “O segundo
turno paulistano será decidido
entre a atual prefeita e o candidato tucano”, “A
reunião foi feita na sede
do clube” e “O baile de formatura vai
ser realizado na AABB”. Repare que
a forma passiva sintética dessas orações
é: “O segundo turno paulistano decidir-se-á
entre a atual prefeita e o candidato tucano”, “A
reunião fez-se na sede do clube”
e “O baile de formatura vai-se realizar
na AABB”.
Na comunicação coloquial, tais
formas reduzidas são corriqueiras e até aceitáveis.
Entretanto, devemos empregar as estruturas plenas na língua
escrita, modalidade mais elaborada, em que caprichamos e expressamos
nosso conhecimento da norma gramatical culta.
Aquelas construções não devem ser confundidas
com outras em que o verbo “ser” é empregado
eruditamente com o sentido de existir: “Aqui
foi (existiu) Vila Bela do Espírito
Santo”, “Nesta mina, o ouro era
(existia) em grande quantidade” e “Essa
cachaça é (existe)
para tomarmos”. Nestes exemplos, podemos introduzir
explicitamente particípios (foi erguida, era encontrado
ou extraído, é produzida), mas se o
verbo “ser” for utilizado sozinho aquelas formas
nominais não estarão subentendidas, como no
caso anterior, e tal verbo equivalerá a existir.
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