Dica n.º 122 - Sexta, 31.12.2004
www.paulohernandes.pro.br
 
 
 
 
 

Omissão do particípio em construções passivas

É freqüente vermos construções passivas analíticas em que o particípio é subentendido e o verbo ser acaba concentrando o sentido do conjunto. Tal fenômeno ocorre em casos como “O segundo turno paulistano será entre a atual prefeita e o candidato tucano”, “A reunião foi na sede do clube” e “O baile de formatura vai ser na AABB”. Devemos notar a falta do particípio nessas estruturas, simplificadas pela lei do menor esforço. As orações completas são: “O segundo turno paulistano será decidido entre a atual prefeita e o candidato tucano”, “A reunião foi feita na sede do clube” e “O baile de formatura vai ser realizado na AABB”. Repare que a forma passiva sintética dessas orações é: “O segundo turno paulistano decidir-se-á entre a atual prefeita e o candidato tucano”, “A reunião fez-se na sede do clube” e “O baile de formatura vai-se realizar na AABB”.

Na comunicação coloquial, tais formas reduzidas são corriqueiras e até aceitáveis. Entretanto, devemos empregar as estruturas plenas na língua escrita, modalidade mais elaborada, em que caprichamos e expressamos nosso conhecimento da norma gramatical culta.

Aquelas construções não devem ser confundidas com outras em que o verbo “ser” é empregado eruditamente com o sentido de existir: “Aqui foi (existiu) Vila Bela do Espírito Santo”, “Nesta mina, o ouro era (existia) em grande quantidade” e “Essa cachaça é (existe) para tomarmos”. Nestes exemplos, podemos introduzir explicitamente particípios (foi erguida, era encontrado ou extraído, é produzida), mas se o verbo “ser” for utilizado sozinho aquelas formas nominais não estarão subentendidas, como no caso anterior, e tal verbo equivalerá a existir.

Leia mais em:
Gramática metódica da língua portuguesa, de Napoleão Mendes de Almeida, §§ 389 e segs.; 404, 426.

Agora, verifique se você assimilou o conteúdo apresentado clicando aqui.