Dica n.º 111 - Sexta, 30.01.2004
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Expressões de cortesia

Aprendemos – em casa ou então, de forma dolorosa, com a vida, nas relações interpessoais – que as pessoas gostam de ser tratadas com amabilidade. Tudo fica mais fácil se somos afáveis com os outros, especialmente quando precisamos deles. Entretanto, a urbanidade deve ser nossa norma de conduta, quer quando necessitamos de alguém, quer quando somos solicitados.

Desde cedo, percebemos que as palavras mágicas obrigado e por favor abrem as portas com mais rapidez. Assim, frases como “Muito obrigado por avisar-me”, “Fico-lhe grato pela indicação”, “Ficaremos agradecidos por sua presença”, “Por favor, preencha este formulário”, “Entre, por obséquio”, “Tenha a bondade de me acompanhar”, “Faça-me a gentileza de recebê-lo” e “É possível o senhor me ensinar o caminho?” tornam suave e agradável o trato com as pessoas e as predispõem a cooperarem conosco. Na escrita, as expressões por favor, por gentileza, por obséquio são seguidas ou precedidas de vírgula e, se queremos enfatizar a expressão polida, ficam entre vírgulas: “Por favor, venha aqui”, “Entre, por gentileza” e “Peço-lhe, por obséquio, não comentar nada disso”.

Formas verbais também podem ser usadas para denotar delicadeza. As mais comuns são o futuro do pretérito e o presente do subjuntivo.

O futuro do pretérito pode ser empregado para expressar desejo de forma educada: “Gostaríamos de vê-la novamente amanhã” e “O delegado preferiria ouvi-lo na próxima semana”. Esse tempo verbal também pode suavizar pedido, que, de outro modo, poderia parecer ordem ou imposição. Assim, em vez de “Diga-me seu nome” e “Venha aqui”, temos a opção – mais simpática – de valer-nos de “Poderia dizer-me seu nome?” e “Pediria para você vir aqui”.

O presente do subjuntivo do verbo querer também converte ordem em pedido. A flexão queira seguida de infinitivo reflete amabilidade e tem o sentido de “tenha a bondade”, “faça o favor de”, como em “Queira sentar-se” e “Queiram aceitar nossas desculpas”.

Se você não tem o hábito de utilizar tais expressões, experimente fazê-lo e verá a diferença.


Leia também em:
Dicionário de questões vernáculas, de Napoleão Mendes de Almeida, verbetes “Formas de delicadeza” e “Queira providenciar”.
Gramática metódica da língua portuguesa, do mesmo autor, § 419, 3, “f” e “g”.
Nova gramática do português contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, p. 451.

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