Dica n.º 106 - Sexta, 29.08.2003
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Orações interrogativas

As orações interrogativas traduzem o desejo do falante de obter informação ou de formular questionamento, como em "Quem está aí?", "Isso é trabalho que se apresente?" e "Quero saber quem sujou o chão.". A interrogação em português classifica-se em direta e indireta:

· Direta – Na expressão oral, a interrogação direta caracteriza-se pela entoação ascendente no final da frase – "Os convites já foram respondidos?" – ou no início, se começada por pronome ou advérbio interrogativo – "Como você soube disso?". Na escrita, a interrogação direta é assinalada pelo ponto de interrogação: "Tânia e Celsinho viajaram?" e "Quanto custa?".
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Indireta – A interrogação indireta realiza-se mediante período composto, onde a questão está contida na oração subordinada e o verbo da principal expressa desconhecimento ou desejo de informação: "Diga-me com quem você conversou." e "Gostaria de saber a que horas o secretário chegará.". Esse tipo de oração termina quase sempre em ponto final.

Às vezes, nos diálogos, acrescentamos informação após interrogação direta. Neste caso, a frase informativa principia com letra minúscula, como em "– Como se atreve a sujar minha água? indagou o lobo ao cordeiro.".

É preciso ficarmos atentos para não deixarmos de colocar o indispensável ponto de interrogação no final das interrogações diretas, caso contrário, elas permanecerão como afirmações. Vejamos esta oração interrogativa: "Você pode executar o trabalho?". Se, em vez do sinal apropriado, colocarmos ponto final, a frase tornar-se-á afirmativa: "Você pode executar o trabalho.". Em certos casos, essa troca inadvertida e indevida pode causar ruído na comunicação e, eventualmente, problemas.


Leia mais em:
Gramática metódica da língua portuguesa, de Napoleão Mendes de Almeida, § 642.
Nova gramática do português contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, pp. 165-167.

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