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A vírgula e a conjunção “e”
De modo geral, não cabe o emprego da vírgula
juntamente com a conjunção aditiva “e”,
pois nesse caso ambos os elementos estarão funcionando
como conetivos no mesmo lugar. Contudo, há
casos em que é possível a presença da
vírgula juntamente com o “e” e em outros
ela não só é possível como necessária.
Vejamos alguns deles:
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A vírgula indica que a palavra ou expressão
que a segue, depois do "e", é sujeito de outra
oração, distinto do da oração anterior
– Exemplo: “Geralmente, já foram fixados
os preços, e as tabelas
não podem ser alteradas”. Repare que “os
preços” e “as tabelas” são sujeitos
de predicados diferentes (foram fixados e não
podem ser alteradas). Sem a vírgula, na leitura
rápida, pode parecer que se trata de sujeito composto
(já foram fixados os preços e as tabelas).
Outro exemplo: “Os executivos usam carros da empresa,
e microônibus levam os demais empregados
ao trabalho”. Neste caso, a ausência da vírgula
propiciaria leitura tal que faria com que “microônibus”,
sujeito de “levam”, fosse entendido como complemento
de “usam”, juntamente com “carros da empresa”.
Vírgula obrigatória. |
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Há intenção de se enfatizarem componentes
de série coordenada – Exemplo: “Houve
muitos episódios notáveis na Guerra do Paraguai,
como Humaitá, e Itororó,
e Avaí, e Itá-Ibaté,
e Angostura, e outros tão ou
mais importantes”. Assim encadeada a série, ressalta-se
cada elemento em particular. Vírgula facultativa,
na dependência de se querer ou não produzir a ênfase
mencionada. |
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Destaque de oração ou expressão intercalada
– Exemplos: “Esse eixo semântico,
e trata-se exatamente disso, possui grande generalidade”,
“O padre repreendeu, e era perfeitamente
o caso, o comportamento impróprio de alguns paroquianos”
e “O aluno foi chamado e, aparentando
tranqüilidade, apresentou-se ao diretor”. Pode-se
retirar a oração ou a expressão encaixadas
sem prejuízo do sentido da oração principal.
Observe que, como se trata de intercalação, há
duas vírgulas, uma antes e outra depois do elemento intercalado.
Vírgula facultativa. |
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Separação de aposto do “e”
– Este caso é semelhante ao anterior, mas a particularidade
é que se trata de aposto, que nem sempre precisa estar
entre vírgulas, como em “Nosso primeiro imperador
foi D. Pedro I, o “Defensor Perpétuo do
Brasil”. Na hipótese de o aposto ser “interno”,
ou seja, não ser seguido por ponto, deve ser ladeado
por vírgulas, mesmo que à segunda se siga a conjunção
“e”. Exemplos: “Luiz Inácio Lula da
Silva, o presidente eleito, e sua equipe reúnem-se
hoje” e “Karl Marx, autor de O Capital,
e Friedrich Engels são ideólogos do marxismo”.
Vírgula obrigatória. |
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Vírgula antes do “e” quando a coordenação
que o antecede é muito longa – Essa vírgula
indica pausa respiratória. Exemplos: “Eliane, Afonso
e Wagner fizeram longa viagem até Brasília,
e decidiram descansar lá por uns dias”
e “Vila Bela da Santíssima Trindade é município
localizado no oeste de Mato Grosso, e é
ponto de partida para muitas expedições de pesca”.
Vírgula facultativa. |
Como informação de caráter prático,
saiba que se coloca vírgula depois do “e” somente
se há intercalação depois dele. Evidentemente,
se se trata de intercalação, temos aí duas
vírgulas: uma antes e outra depois do elemento ou oração
intercalada. Exemplo: “Norma chegou e, exultante,
logo foi contando as novidades”. Se também houver intercalação
antes do “e”, este ficará entre vírgulas,
como em “Renato pediu informações, muito
aflito, e, em seguida, dirigiu-se à
Prefeitura”.
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