Dica n.º 43 - Sexta, 18.05.2001
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Escolas-modelo ou escolas-modelos?

Embora ambas possam ser consideradas corretas, a tendência gramatical moderna prefere a segunda. A regra de formação do plural dos substantivos compostos (os formados por mais de um elemento) é clara: variam os componentes se ambos são variáveis e estão separados por hífen. Desse modo, temos:

carro-chefe - carros-chefes
couve-flor - couves-flores
secretário-geral - secretários-gerais

Alguns autores, como Celso Cunha e Domingos Cegalla, ensinam que se o segundo elemento funciona como determinante específico ou transmite idéia de finalidade ele permanece invariável: pombo-correio/pombos-correio e manga-espada/mangas-espada. Entretanto, Napoleão Mendes de Almeida (ALMEIDA, 1979, § 227, Notas, 1.ª) garante que "é falso afirmar que não varia o segundo elemento quando este encerra idéia de finalidade". E mais adiante continua: "A extravagância vai mais longe quando recorrem para justificar o erro ao argumento da semelhança; porque o peixe nos lembra o boi iremos dizer peixes-boi? Vamos então dizer couves-flor?". Cegalla, apesar da opinião acima expressa, ressalva (CEGALLA, 2000, p. 144, item 3, Observações) que "a tendência moderna, porém, é a de pluralizar (...) os dois elementos: pombos-correios, peixes-bois, frutas-pães, homens-rãs...".

Por isso, sigamos a "tendência moderna" e empreguemos fichas-resumos, navios-escolas, cidades-satélites, escolas-modelos, navios-tanques e assim por diante.

Leia mais sobre o plural dos substantivos compostos em:
Gramática metódica da língua portuguesa, de Napoleão Mendes de Almeida.
Nova gramática do português contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra.
Novíssima gramática da língua portuguesa, de Domingos Paschoal Cegalla. (edição do ano 2000)

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