Enviamo-lhes ou enviamos-lhes?
Tanto faz. A ênclise em construções
como "Envio-lhe", "Envio-lhes" ou
"Enviamos-lhe" não costuma suscitar
muita dúvida. A questão surge quando se
emprega o verbo e o pronome oblíquo no plural.
"Gramaticalmente, não se pode dizer errada
a forma queixamos-nos. Se outro, no entanto,
é o uso geral, explica-o a facilidade, ou melhor
o hábito da pronúncia, o qual regula a
omissão ou não do s final nos diferentes
casos." (ALMEIDA, 1979, § 825, 4, Notas, 2.ª)
A supressão do "s" do verbo pode ocorrer
com qualquer oblíquo, até mesmo com o
verbo no plural e o pronome no singular: enviamo-lhe.
Outros autores, como Celso Cunha (2000, p. 400, Observações,
1.ª), registram que em casos como esses "o
-s final da desinência -mos é
omitido (em virtude de uma antiga assimilação
à nasal inicial do pronome seguinte)". Ele
refere-se a construções como "lavemo-nos",
em que o pronome oblíquo principia com a consoante
nasal "n". Não comenta a respeito de
outras formas verbais associadas a outros pronomes oblíquos,
como em "lavamos-lhes as roupas". Assim, o
fator que regula tal uso é tão-somente
a eufonia ou então a facilidade
de pronúncia. Podemos, pois, construir como abaixo:
· Lavamo-nos
ou lavamos-nos todos os dias.
· Louvamo-vos
ou louvamos-vos sempre, meu Deus.
· Enviamo-lhe
ou enviamos-lhe anexo o memorando n.º 565.
· Avisamo-los
ou avisamos-los de que a encomenda chegou ontem.
· Informamo-lhes
ou informamos-lhes que o depósito já
foi efetuado.
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