Dica n.º 41 - Sexta, 04.05.2001
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Enviamo-lhes ou enviamos-lhes?

Tanto faz. A ênclise em construções como "Envio-lhe", "Envio-lhes" ou "Enviamos-lhe" não costuma suscitar muita dúvida. A questão surge quando se emprega o verbo e o pronome oblíquo no plural. "Gramaticalmente, não se pode dizer errada a forma queixamos-nos. Se outro, no entanto, é o uso geral, explica-o a facilidade, ou melhor o hábito da pronúncia, o qual regula a omissão ou não do s final nos diferentes casos." (ALMEIDA, 1979, § 825, 4, Notas, 2.ª) A supressão do "s" do verbo pode ocorrer com qualquer oblíquo, até mesmo com o verbo no plural e o pronome no singular: enviamo-lhe.

Outros autores, como Celso Cunha (2000, p. 400, Observações, 1.ª), registram que em casos como esses "o -s final da desinência -mos é omitido (em virtude de uma antiga assimilação à nasal inicial do pronome seguinte)". Ele refere-se a construções como "lavemo-nos", em que o pronome oblíquo principia com a consoante nasal "n". Não comenta a respeito de outras formas verbais associadas a outros pronomes oblíquos, como em "lavamos-lhes as roupas". Assim, o fator que regula tal uso é tão-somente a eufonia ou então a facilidade de pronúncia. Podemos, pois, construir como abaixo:
· Lavamo-nos ou lavamos-nos todos os dias.
· Louvamo-vos ou louvamos-vos sempre, meu Deus.
· Enviamo-lhe ou enviamos-lhe anexo o memorando n.º 565.
· Avisamo-los ou avisamos-los de que a encomenda chegou ontem.
· Informamo-lhes ou informamos-lhes que o depósito já foi efetuado.


Leia mais em:
Gramática metódica da língua portuguesa, de Napoleão Mendes de Almeida.
Nova gramática do português contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra.

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