Os gêneros em português - Em português,
os nomes podem pertencer ao gênero feminino
e ao masculino. Uma palavra do gênero feminino
designa especificamente ser vivo do sexo feminino ou
coisa que passa idéia feminina, por razões
etimológicas ou psicológicas. Já
o gênero masculino, além de designar seres
do sexo masculino ou coisas que passam idéia
masculina, abrange também palavras de significado
mais geral - por exemplo, o homem, referindo-se
ao gênero humano - ou vocábulos no plural
que compreendem seres ou coisas considerados masculinos
e femininos. Assim, se dizemos o menino chegou
ou a menina chegou, sabemos que a referência
é a um garoto ou a uma garota. Entretanto, se
dizemos os meninos chegaram, não sabemos
se são todos do sexo masculino ou se há
garotos e garotas no grupo. É por isso que dizemos
que o masculino é gênero geral, "não-marcado"
e o feminino é "marcado", pois este
designa especificamente seres femininos. Dessa maneira,
o feminino é considerado variação
morfológica do masculino, tomado
como base. Outras línguas, como o grego e o latim,
possuem o gênero neutro. As palavras a
ele pertencentes não são nem femininas
nem masculinas. O português, apesar de não
possuir o neutro, guarda alguns vestígios dele
- herança latina -, como os pronomes invariáveis
isto (masc. este e fem. esta),
isso (masc. esse e fem. essa),
aquilo (masc. aquele e fem. aquela),
algo, tudo, nada,
etc.
A referência ao gênero é feita através
de artigos (o/a, como em o
boi / a vaca), pronomes (ele/ela,
meu/minha, este/esta, como em ele veio,
ela veio; meu dentista, minha dentista;
este garfo, esta colher), pela distinção
mediante morfemas de gênero (-o/-a,
como em gato/gata; -ês/esa,
como em freguês/freguesa;
ão/ona, como em chorão/chorona).
Modernamente, temos visto na imprensa o emprego da palavra
"gênero" em contexto biológico,
o que representa inovação, já que
gênero é conceito eminentemente gramatical.
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